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| Marina Neves - Rainha da Sociedade Carnavalesca Esmeralda em 1914 |
Em fevereiro de 1914, o Carnaval de Porto Alegre foi marcado por uma celebração especial: os 40 anos da Sociedade Carnavalesca Esmeralda. Fundada em 1874, a Esmeralda consolidou-se como uma das agremiações mais tradicionais da cidade, símbolo de elegância e devoção à folia.
Na edição de 8 de fevereiro de 1914, o jornal A Federação registrou a homenagem feita por um “poeta esmeraldino entusiasta”, que dedicou à sociedade uma composição lírica exaltando sua trajetória e seu emblema — a cor verde-esmeralda:
Gloriosamente desfraldaA nossa possante mãoO formoso pavilhãoQue é o orgulho da Esmeralda.
A canção, de tom épico e patriótico, associa a cor da agremiação à esperança, à natureza e à própria bandeira nacional. O poeta canta:
Esmeralda! Cor formosa!Cor do mar! Almas alcançaPor ser a cor mais ditosa,E ser a cor da esperança.
A escolha da cor como símbolo não é casual. No contexto das sociedades carnavalescas do século XIX e início do XX, os estandartes e uniformes carregavam significados políticos, estéticos e afetivos. A Esmeralda, ao adotar o verde como identidade visual, evocava não apenas a beleza natural da pedra preciosa, mas também valores como renovação, união e orgulho cívico.
Por ser da grande bandeiraQue é a honra da nossa Pátria.
A comemoração dos 40 anos da Esmeralda revela o papel central dessas sociedades na construção do Carnaval porto-alegrense. Mais do que organizadoras de bailes e préstitos, elas eram espaços de sociabilidade, disputa simbólica e afirmação cultural. A homenagem poética publicada em A Federação é um testemunho da importância da Esmeralda como referência festiva e afetiva para gerações de foliões.
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