SOBRE NÃO DANÇAR SÓ: a educação entre as mulheres de corpos vivos na prática de um carnaval de rua

 


BAUERMANN, Laura. Sobre não dançar só:  a educação entre as mulheres de corpos vivos na prática de um carnaval de rua. Tese (Doutorado em Educação). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021.

Resumo: Esta tese buscou compreender, em termos de educação, o envolvimento em fazer/criar/produzir dança das mulheres adultas que estão vinculadas a uma prática cultural e artística pelo bloco de carnaval de rua Não Mexe Comigo Que Eu Não Ando Só. Com o desenvolvimento da pesquisa, emerge a questão central: como acontece o processo educativo, a partir do corpo em dança, entre as mulheres do bloco? Para acercar tal problema, objetivou-se, de modo geral, a investigação das particularidades de um processo educativo pela abordagem viva de uma prática de dança entre mulheres em um bloco carnavalesco de rua. Os objetivos específicos foram: analisar o processo educativo que se desenvolve pela abertura aos aspectos próprios das práticas culturais, como o carnaval, e compreender – pela contribuição de abordagens que teorizam sobre o soma, a estética e a experiência – como se desenvolve tal educação. A pesquisa está apresentada a partir de uma introdução e três movimentos consecutivos – um a cada capítulo – com implicações metodológicas e reflexivas. O primeiro movimento está centrado no trabalho de campo empírico inspirado pela observação participante, ao longo dos anos de 2017 a 2019, nos espaços de encontro do bloco carnavalesco referido, exclusivamente feminino, atuante na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O segundo movimento aponta a busca pela consideração corporal em educação a partir do entrelaçamento dos conceitos de educação, estética, experiência e corpo. O terceiro movimento compreende a análise de campo e a interlocução dos registros do caderno de campo com as teorizações investigadas, que emergem como reflexões em educação sobre: a sensibilização, desde o repertório do bloco, pela perspectiva somática; o fazer poético desde o corpo; e a experiência em dançar como ocupação do espaço. Em seguida, a tese desenvolve-se ainda pelo quinto capítulo, que expõe uma argumentação para considerar o corpo vivo como guia dessa pesquisa em educação. E encerra-se pelas conclusões, apresentando uma breve atualização reflexiva acerca da educação a partir do corpo vivo na experiência da situação pandêmica, bem como a percepção da coletivização da pesquisa no seio do doutoramento.

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