O carnaval na imprensa carioca (1932-1935)


Fotografia de um bloco carnavalesco
 carioca dos anos de 1930
Paula Cresciulo de Almeida
Mestranda em História pelo Programa de Pós Graduação da Universidade Federal Fluminense. 
Email: paulinha_calmeida@yahoo.com.br

Resumo: O carnaval, desde a Primeira República, foi tema de interesse da imprensa carioca. Porém, apesar de existirem notícias na imprensa sobre a festa, esta muitas vezes, era comparada com o modelo europeu, interpretado como “civilizado”. Na década de 1920, a crônica carnavalesca já havia se tornado uma modalidade importante e muito esperada pelos leitores. Os anos 1930 marcaram uma mudança nesse tipo de tratamento à festa carnavalesca. O grupo político que assumiu o poder no país em 1930 possuía um discurso de valorização da cultura nacional. Este discurso repercute de maneira significativa na abordagem do carnaval pela imprensa. Os dias de folia são retratados, naquela década, como a maior festa nacional feita pelo povo. Este trabalho analisa como os jornais cariocas, nos primeiros anos da década de 1930, descreveram o carnaval, legitimando a festa e a cultura popular no Rio de Janeiro. 

Palavra chave: Carnaval, Imprensa, Cultura Popular


Abstract: The carnival, from the First Republic, was the subject of newspapers interest in Rio. However, although there are news about the party, this was often compared with the European model, interpreted as "civilized". In the 1920s, the chronic carnival had become an important modality and much awaited by readers. In the 1930s  the reports about the carnival transformed. The political group that took power in the country in 1930 had a speech of appreciation of national culture. This speech reflected significantly in the approach of the carnival by the press. The carnival days are treated in that decade, as the biggest national celebration by the people. This paper analyzes how the Rio newspapers in the early years of the 1930s, described the carnival, legitimizing the party and popular culture in Rio de Janeiro.

Keywords: Carnival, Newspapers, Popular culture

O Carnaval, desde a Primeira República, foi tema de interesse da imprensa carioca.  Porém, apesar de existir uma imprensa dedicada à festa, esta muitas vezes, era comparada com o modelo europeu, interpretado como “civilizado”, o qual deveria segui-lo (COUTINHO, 2006). Muitas vezes as práticas carnavalescas mais populares eram consideradas e descritas nas páginas da imprensa como “bárbaras” e “selvagens”. Na década de 1920 a crônica carnavalesca já havia se tornado uma modalidade importante e muito esperada pelos leitores. A  Gazeta de Notícias foi o jornal que mais se dedicou a este trabalho promovendo concursos de cordões já em 1906. O número de cronistas no Rio de Janeiro cresceu fazendo com que os profissionais se organizassem em associações.

Em 1925 foi criado o Centro de Cronistas Carnavalescos (CCC) que entre outras funções assumiu o papel de mediador entre o poder público e os foliões, principalmente após 1930. É possível notar uma afinidade maior entre as pessoas que escreviam nos jornais e as que participavam do carnaval nas festas promovidas pelo Centro de Cronistas Carnavalescos.
Os jornais não passaram a apoiar o carnaval somente a partir da década de 1930, o faziam nas décadas anteriores também. Porém a abordagem era diferente: os jornalistas comparavam com os carnavais europeus de Nice e Veneza, vistos como ideais e civilizados. O entrudo brasileiro, festa em que os populares preparavam uma mistura de água, lama e farinha para jogarem uns nos outros, deveria ser substituído pelo modelo da Europa, permitindo que o país se afastasse da barbárie. Segundo matéria publicada no Gazeta de Notícias:
“Hoje o cordão perdeu seu caráter de barbaria. [...] Há cordões que possuem magníficas orquestras e coros, senão magnificamente ensaiados, pelo menos perfeitamente suportáveis. Neles já se nota uma antecipação artística, um desejo bem evidente de progresso. Quem sabe se nesses cordões tá desenhados [...] não está o embrião dos magníficos corais que se ouvem na velha Europa antes do mar de sangue em que se mergulhou? O Brasil é um país em que não se canta.
Somos um povo macambúzio, triste, e só de vez em quando, nas serenatas, é que se faz ouvir a nossa modinha sempre sentimental, sempre piegas. Não sabemos cantar.
Não sabemos cantar sozinhos, nem em conjunto. Até os nossos hinos patrióticos, esses hinos que e, toda parte são cantados com amor, com entusiasmo, a nossa população os ignora. O cordão veio, talvez, despertar o gosto pelo canto comum.” (GAZETA DE NOTICIAS, 15 de fevereiro de 1917, p. 72).
 Os anos 1930 assistem uma mudança nesse tipo de tratamento à festa carnavalesca. O grupo político que assumiu o poder no país em 1930 possuía um discurso de valorização da cultura nacional, sendo o carnaval tomado como expressão legítima da cultura popular brasileira. Os dias de folia passam a ser valorizados e incentivados pelo governo, não mais como uma festa que deveria seguir os padrões europeus, mas uma festa típica do Brasil. Os jornais expressaram essas mudanças. Segundo notícias do Jornal do Brasil:
“Enquanto pouco a pouco o carnaval desaparece na Europa, entre nós ele surge com um outro aspecto, com algumas modificações que introduzidas nesses últimos anos, contribuíram para torná-lo mais agradável, e também, um dos motivos de atração para os forasteiros que acorrem  a outras terras em busca de novas impressões para suas retinas cansadas dos mesmos panoramas e de sensações estranhas às experimentadas até então.
No entanto, quem conheceu o Rio há poucos anos atrás, pode facilmente analisar as mudanças sofridas e julgar-se de fato a diferença do Carnaval de hoje para o de hontem, trouxe vantagens ou se ele perdeu o cunho próprio que lhe era atribuído.
O governo, como já o fez anteriormente por ocasião do Natal contribuiu para aumentar a satisfação popular mandando que se  pagasse o funcionalismo antes do Carnaval.”  (JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 3 de março de 1935) 
O presidente Getúlio Vargas nomeou para interventor do Distrito Federal o médico Pedro Ernesto. Durante seu governo, Pedro Ernesto se aproximou das classes populares através do carnaval. Como político aliado aos ideais nacionalistas e de valorização da cultura popular do governo federal, o prefeito iniciou este projeto na capital do Brasil. Em 1935 reconheceu e oficializou os desfiles de escolas de  samba. As escolas de samba, além de receberem subsídios da prefeitura, passavam a ter um dia e um local para seu desfile durante o carnaval carioca. 
A partir deste momento os sambistas garantiam o seu direito de expressão. O discurso nacionalista nas letras era uma forma de buscar a reciprocidade com a prefeitura, já que compreendiam a aproximação com o governo a possibilidade de legitimação social.
Estabeleceu-se um pacto entre as duas partes: de um lado, os sambistas buscando seu reconhecimento e, de outro, o poder público colocando em prática seu projeto de valorização da cultura nacional. Era, portanto, uma via de mão dupla.   É possível notar uma aliança estabelecida entre imprensa-governo-povo. O CCC promovia várias festas para homenagear os “homens do samba”[2], um dos mais homenageados era Paulo da Portela. Da mesma forma, esses homens faziam festas para homenagear “o CCC e toda imprensa que sempre apóia o carnaval” (A MANHÃ, Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1935). Havia festividades oferecidas a prefeitura e ao prefeito Pedro Ernesto. 
Esta relação estava presente na imprensa em vários momentos. No aniversário de um ano da União das Escolas de Samba, criada em 1934 para congregar as agremiações e defender seus interesses, o ex-ministro do trabalho, Lindolfo Collor fez um discurso de valorização da associação. Na mesma festa, o presidente da União das Escolas de Samba, João Canali retribuiu o discurso homenageando o prefeito do Distrito Federal e aproveitou para agradecer a imprensa brasileira pelo apoio a “festa carioca”. O carnaval brasileiro foi comparado a alguns fatos históricos brasileiros como a República e a Abolição, demonstrando a importância da festa para os sambistas e para aqueles que ajudavam a realizá-la, como os membros das escolas de samba (A MANHÃ, rio de Janeiro, 18 de setembro de 1935). A comparação foi feita para marcar a vitória da “gente do morro” ao conquistar seu espaço no carnaval brasileiro, uma vitória do povo brasileiro assim como foi a conquista da República e da Abolição:
“O Carnaval é, no Brasil, um facto culminante de sua phisionomia histórica. A República tem seu nome ligado a grande festa popular.
Foi na sede de um dos nossos velhos clubs que as campanhas libertarias da Abolição e da República tiveram seu quartel general. Os nosso gloriosos cantores de samba estavam arregimentados para enfrentarem-se nas pugnas de Momo.
Nas colinas habitadas pela gente boa e humilde do morro as grandes massas corães ensalavam as melodias de seus travadores predilectos.” (A MANHÃ, Rio de Janeiro, 18 de setembro de 1935)
 
Pedro Ernesto oficializou os desfiles de escola de samba em 1935, porém, o carnaval carioca passou por esse processo três anos antes. O prefeito do Distrito Federal organizou as festividades em um calendário oficial. Os blocos, ranchos e corsos passaram a ter um dia reservado para seus respectivos desfiles. Devido a  essa iniciativa, Pedro Ernesto recebeu inúmeras homenagens durante a festa carioca. No mesmo ano em que oficializou o carnaval, ele foi homenageado na batalha de confete que ocorreu em quatorze ruas da Penha, bairro popular do Rio de Janeiro(O JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 1932).
É possível perceber essa reciprocidade ao analisar a coluna de Ary Barroso no jornal O Radical. Segundo ele o “maior Carnaval de todos os tempos” é devido ao apoio da prefeitura que permite a festa um cunho de maior elegância e animação. Além de exaltar o papel das autoridades, afirma serem deles a responsabilidade  de apoiar ajudando na propaganda dos festejos cariocas (O RADICAL, Rio de Janeiro, 3 de março de 1935).
A partir dos anos 1930, as colunas jornalísticas começaram a dar um peso maior ao carnaval. Os periódicos passaram a promover, com parceria da prefeitura, concursos de desfile de blocos; ranchos; festas nos clubes carnavalescos da elite; os corsos nas avenidas do centro do Rio de Janeiro; os mergulhos a fantasia nas praias da cidade; os concursos de melhor samba, marchinhas e coretos enfeitados; e os desfiles das Escolas de Samba. Não havia uma separação entre as diferentes práticas carnavalescas, todas as formas de brincar eram consideradas significativas durante os quatro dias de folia. O carnaval estava se transformando na grande festa popular do Brasil.
Se nas primeiras décadas do século XX o carnaval popular quase não era tão noticiado de forma valorizada, a partir da década de 1930 as camadas mais pobres da população passam a ser objeto de divulgação da imprensa. Rachel Soihet observa que “o carnaval da Praça Onze, até então abominado e visto como reduto de marginais, passa a merecer espaço nos jornais” (SOIHET, 2008, p. 122).
Reportagens que valorizavam a “grande festa nacional e carioca” como símbolo do país se tornam frequentes em quase todos os jornais da época. A festa ocorria em todos os cantos da cidade e a animação e alegria do povo era retradas ao longo dos quatro dias de festividades (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 5 de março de 1935).
Além de exaltarem a festa, a imprensa utilizava seu espaço para exaltar a música também. Com a oficialização dos desfiles de escola de samba, alguns jornais passaram a tratar a música afirmando que o samba era a música típica do Brasil. O jornal A Manhã, um dos que mais apoiava as escolas de samba, procurava apreciar esta prática. Em edição publicada em outubro de 1935 retratava esta manifestação como tipicamente carioca. 
“Das Escolas de Samba vem, para a cidade, a alma do Carnaval Carioca.
As Escolas de samba marcham para a sua finalidade, como zeladoras, que são, das tradições brasilidade.
Elas representam hoje o carnaval do futuro – o carnaval das famílias – como antigamente os ranchos representavam” (A MANHÃ, 2 de outubro de 1935)
 
Muitos jornais tratavam o samba como a música carioca que havia se transformado em música típica do Brasil. Em 1935, após o primeiro carnaval de atuação das escolas se samba oficializadas, um cronista do jornal A Platéia de São Paulo, enviou um cronista carnavalesco para o Rio de Janeiro para “conhecer os encantos dessa melodia que se arrasta pelas ladeiras dos nossos morros” (A MANHÃ, 26 de outubro de 1935).
 Esse tipo de reportagem mostra como o samba do Rio de Janeiro era valorizado no país todo. A partir das intensas propagandas e do apoio da imprensa, o samba carioca foi se tornando não só a música típica do carnaval no país, mas também a música típica do Brasil. Da mesma forma, o carnaval carioca pode ser considerada a “a maior festa do mundo e a festa mais grandiosa em relação em todos os acontecimentos populares do Universo”. (JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 1935). Em alguns momentos, a festa era utilizada para esconder os problemas da cidade. A Alegria era tanta que poderia “encobrir os graves problemas da vida nacional. Curvemo-nos perante a grande folia e aguardemos que, depois destes ardentes folguedos e gostosos sonhos, o Brasil tenha ente si horizontes mais abertos e mais desanuviados” (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Rio de Janeiro, 3 de março de 1935).
Até hoje é possível perceber isso. Apesar de outros estados do país terem suas músicas carnavalescas características como o axé na Bahia e o frevo em Pernambuco, o samba carioca é o grande símbolo de música nacional. 
Se ao longo da década de 1920 o carnaval é retrado apenas como uma festa popular, na década de seguinte é possível encontrar alguns poemas exaltando-o:

 “A Apologia ao Carnaval! Espíritos míticos e tecnológicos consideram o carnaval como uma legítima loucura. Toda gama de adjetivos indesejáveis tem sido utilizada para condenar a festa magnífica que, durante três dias e três noites dá ao homem o amplíssimo direito de não juízo...
(...) O Carnaval para o carioca não é, apenas, uma excelente festa: é a festa das festas. É a sua festa mais querida e, talvez a  única. O carnaval é o culto, o fanatismo, o coração e o cérebro do carioca...
Muita gente pode não conhecer o Rio através de suas letras, da cultura da sua sociedade, da prosperidade do seu comércio e da sua indústria, do esplendor dos seus cenários: ninguém, entretanto, deixa de conhecer a forma sem par do seu carnaval”. (JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1935)
 
Com a aproximação da festa os jornais passam a viver a expectativa da folia na cidade. O Rei Momo se torna a personalidade mais esperada para viver seus dias de reinado. Os cronistas retratam a cidade coberta por um entusiasmo, um lugar aonde não há tristeza, só risos e gargalhadas (JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1932). A imprensa busca envolver todos os habitantes da cidade nessa alegria contagiante como se todos os cariocas realmente gostassem e esperassem a festa com ansiedade: “a physionomia da cidade dentro de algumas horas estará totalmente transformada” (A NOITE, Rio de Janeiro, 2 de março de 1935). Os jornais tratavam como se todos os cidadãos, “operários, bacharéis, burocratas, chefes industriais, grandes proprietários, costureiras e damas elegantes” (A NOITE, Rio de Janeiro, 2 de março de 1935) estivessem integrados numa festa única, que “não prevalece distinções de classe e de postos” (A NOITE, Rio de Janeiro, 2 de março de 1935). O carnaval era retratado como uma festa igualitária e democrática.
 Para aqueles que escreviam nos jornais, era impossível um morador da cidade do Rio de Janeiro não gostar e não se empolgar com o carnaval. Porém, nem todos os cariocas possuíam o mesmo gosto. É bem provável que, assim como hoje, parte da população não se divertisse durante os dias de folia. A imprensa precisava fazer o seu papel e valorizar o carnaval procurando incentivar as pessoas a desfilarem em alguma prática carnavalesca: blocos, ranchos, escola de samba, batalhas de confete. 
Se a ansiedade tomava conta das páginas dos jornais poucos dias antes do início da festa, quando o carnaval chegava ao fim, era retrado a tristeza da cidade com o adeus a Momo

“Carnaval! Evohe! Carnaval!”
“O Rio vae viver hoje as suas grandes, as suas formidáveis horas de alegria carnavalesca.
É o último dia a, despedida, o termino da jornada da Folia. E, por isso, reanimando forças, toda a cidade, num  arrepio de prazer, recobrando energias, bradará logo mais, a passagem dos cortejos.
(...) A Avenida, regorgitante, de ponta a ponta, acclamará os heroes do carnaval carioca, numa admiração que é, ao mesmo passo, justo premio aos seus esforços ingentes pelo sempre crescente esplendor da grande, da querida, da maior festa do carioca.” (JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1933)

Essas reportagens ajudam demonstrar uma estreita relação entre imprensa, pessoas que faziam o carnaval e órgãos de poder como a Prefeitura do Distrito Federal, durante a década de 1930. Reportagens que exaltavam a “grande festa  nacional e carioca” como símbolo do país são freqüentes em todos os jornais da época. Alguns jornais reservavam um espaço para as notícias relacionadas à folia. O Diário Carioca, por exemplo, possuía a coluna “Carnaval, a maior festa popular que domina a cidade”. Porém, alguns exemplares deste mesmo jornal, traziam as notícias relacionadas a folia na própria capa. É possível perceber a gratidão dos sambistas em relação a imprensa em poemas publicados nos periódicos:

“Salve Imprensa Indigena”
“És do progresso a alavanca
O baluarte progressista
Que para as glorias arranca
 Tudo que é bom e optimista...
Nas notas que diarimente
São na imprensa registradas
O folião constantemente
 Tem suas glorias annotadas...
Sem a imprensa o que seria
Do Carnaval portentoso,
Da milheria e da folia
 No pagode grandioso?!...
Tudo deve o folião
Aos incentivos da imprensa
- Registre-se a gratidão
A´quela que por nós pensa!...”  (JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1932)

Acredito que a difusão do samba, tornado-se símbolo do carnaval carioca, não se reduziu ao apoio do Estado. A ação da imprensa foi fundamental para diminuir o preconceito das elites e para divulgar o projeto nacionalista do governo a partir das manifestações populares. 
Os cronistas carnavalescos esperavam pelo carnaval o ano todo. Muitos exaltavam a festa e realmente escreviam poemas buscando demonstrar a importância dos festejos para a cidade. A alegria e o entusiasmo da grande festa nacional:

“Carnaval é a expansão é a alegria;
É o delírio sublime da troça;
É a pilheria mordaz que esfuzia;
É o encanto que enleva o remoça!...
 Carnaval é pagode, a folia
Que enthusiasma, encoraja e engrossa
A permuta subtil da fronia...
É a festança mais bella e mais nossa!...
 Carnaval é o amalgama que agrada,
Que compensa a mais sã gargalhada
Que a mulher pode dar expansiva,
De mistura com sons de tambores,
Entre guizos, ruídos, amores,
Quando o vinho embriaga o captiva!...” (JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1932)
 
Bibliografia
COUTINHO, Eduardo Granja. Os Cronistas de Momo. Imprensa e Carnaval na Primeira República. Editora UFRJ, Rio de Janeiro, 2006.
SOIHET, Rachel. “A subversão pelo riso. Estudos sobre o carnaval carioca, da Belle époque ao tempo de Vargas”. Segunda Edição, EDUFU, Minas Gerais, 2008. PP 122.

Fontes
A Manhã
A Noite
Diário Carioca
Diário de Notícia
Jornal do Brasil 
O Radical
Artigo publicado nos Anais do XV Encontro Regional de História da ANPUH- Rio.


[1] Mestranda em História pelo Programa de Pós Graduação da Universidade Federal Fluminense. Email: paulinha_calmeida@yahoo.com.br
[2] Vários jornais utilizavam esse termo